Às vezes parece que foste um acidente na minha vida. Daqueles que deixam estragos para sempre. Dos que te marcam, dos que te queimam. Dos que te partem em dois e te impedem de manter em pé. Dos que te fazem acordar a meio da noite, aos gritos, porque estás a reviver tudo: as guinadas, os travões, o embate (os beijos, o conforto, o amor). O choro (o choro).
Não consigo. Não sou capaz de fazê-lo de novo. Fico com suores. Começo a tremer. Sinto-me perder as forças. Vejo que me abrem a porta, garantem-me segurança. O cinto prende-me. Pergunto-lhe:
Não consigo. Não sou capaz de fazê-lo de novo. Fico com suores. Começo a tremer. Sinto-me perder as forças. Vejo que me abrem a porta, garantem-me segurança. O cinto prende-me. Pergunto-lhe:
- Vais devagar?
- Vou devagar.
- Prometes.
- Prometido. Sem auto-estradas.
O estômago revolve-se-me. Ainda nem arrancámos e eu já desisti.
(Eu queria ter feito essa viagem. Seríamos nós, por umas horas. Seríamos bons, por um momento.)
1 comentário:
Gostei :-)
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