Gosto desse jeitinho que tens de me deixar a cara a arder de vergonha. E que, mesmo assim, ruborizada e esquiva às tuas questões, me obrigues a responder:
- Adoras-me? Tu adoras-me?
Eu sussuro, desejosa de to gritar: adoro-te. Eu adoro-te!
Não o vês espalhado por todo o meu corpo, nas minhas acções? Se me chego a ti, a uma mão de me agarrares. Se não te digo adeus, mesmo quando ficamos em silêncio na linha. Se te peço para me deixares provar do teu prato só para que as nossas salivas se voltem a misturar. Se fico ansiosa para que me ofereças o peito, e me deixes descansar em ti, no teu cheiro misturado com o meu. Se fico quieta, a escutar-te a emoção que me confessas sentir nos sons, nas imagens. E se, como se não bastasse, me pareces a melhor obra da natureza. Deste tempo. De todos os tempos. Do mundo inteiro. Não o vês?
Eu sei que às vezes fujo de ti (e tu não deixas). Mas é exactamente por isto que, às vezes, fujo de ti. Não me deixes.
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