Trufas de chocolate. Ainda intactas.
Na realidade, nem como assim tantos. Mas na pressão de arranjar um nome (sim, não houve tempo para pensar que ia ter um blogue) foi este que me surgiu. Estúpido? 'Tou nem aí!
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Prometo
Ao fim de dois meses, abro o jogo. Ele espanta-se. Faz-me perguntas sobre o meu percurso profissional. No fim, olha-me, atordoado. Parece que levou com um pau na cabeça ao curvar uma esquina:
- Caramba, mas você é tão boa nisto! - Sinto desilusão na sua voz. Percebo que, neste tempo, em silêncio, ele admira o meu trabalho como eu admiro o dele.
Encolho os ombros. Sinto fraqueza no coração. Agradeço e agarro com força a belíssima caixa de trufas de chocolate que ele me deu de presente - o seu humor é genial -, como se nelas agarrasse de novo a doçura daquele amor que um dia deixei. Honestamente, fico vazia ao perceber que afinal sou boa em algo que me entedia tanto. Explico-lhe, agora incapaz de evitar a maré-cheia que se adivinha no meu olhar:
- Mas contar histórias é uma paixão... - soo como uma filha. Aquela que se desculpa por um acto feio, inocentemente cometido. Imaginem: sou a menina que encheu a boca de trufas de chocolate, desobediente à ordem de comer apenas uma antes do jantar. Tenho os lábios gulosos, as mãos sujas, e a sensação de que desiludi o pai.
Só que ele, colando-se perfeitamente ao papel que lhe dei, responde-me com a resignação desse pai que aceita, por fim, que a filha escolheu um caminho diferente do que ele esperava.
- Venha almoçar comigo um dia destes. Vem?
Sorrio. Sorrio muito. Dentes cheios de chocolate, lábios gulosos e mãos sujas. A sensação do amor incondicional de um pai pelo filho, mesmo que ele coma uma loja de guloseimas inteira.
- Oiça, não desista. - Agarrou-me a mão. Deu-me um beijo na face. - Nunca desista!
E fez-me um tracinho no coração. Quando morrer, ele estará lá marcado.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
E é assim:
"Criar novas criaturas, misturando partes de outras ou sentir como amigos íntimos gente que nem sequer conhecemos e até me entusiasma sonhar com pessoas com quem nunca estive nem de perto nem de longe mas que no sonho fazem parte da minha vida de uma forma muito íntima. E até penso por vezes que violamos com os nossos sonhos: violamos a intimidade, violamos a linguagem com que nos expressamos, violamos essa imagem como nos apetece.
Quantas vezes tive sexo com pessoas em sonhos e no dia seguinte nem me atrevia a cumprimentá-las, pensando que se notaria nos «bons dias» as «boas noites que passámos».".
Albert Espinosa, Tudo o que poderíamos ter sido tu e eu se não fossemos tu e eu
Eu sou mulher.
T2 para um e meio: Yups, eu sabia!
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
É possível?
Eu, a mulher que desde sempre sofre com pesadelos, passou a ter sonhos bons. E isso está a ser o melhor de 2012.
E é isso que me fode, Gonçalo.
Gonçalo Cadilhe, Vende-se Autocaravana, Visão Vida e Viagens de Fevereiro 2012.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
T2 para um e meio: e em Agosto, lambuzemo-nos com a vitória
Ainda bem que fui a Roma e que o meu guia foi o Luke. Ainda bem que consumimos compulsivamente todos os episódios de Spartacus, ainda que te tapasse os olhos nas cenas mais sensíveis. De outra forma, seria impossível estudar HGP até às 22.30 com tanta alegria e entusiasmo. Meu e do Um. Tenho a certeza que amanhã sacamos um excelente, miúdo. O Império Romano está papo.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
A ver se a senhora me entende
Eu estou numa fase da minha vida em que me estou a cagar para tudo. Se me levar ao limite, leva-me ao céu. Preciso de muito pouco. E esse pouco que preciso tem um cartão do cidadão a dizer que sou mãe dele. Um cargo que jamais abdicarei, nem que coma merda o resto da vida. Felizmente, ainda tenho mais prazer em ser a melhor mãe do mundo do que a melhor profissional da chafarica que vocemecê finge que gere. Se não lhe chegam as minhas (mais de) quarenta horas semanais, vá-se catar.Que faça muito dinheiro e seja muito feliz. Mas guarde algum, vai certamente precisar dele, quando for despejada num lar clandestino em Cascais. Os seus filhos agradecerão. Mas só nesse dia.
Reflexões
É que há conceitos novos na minha forma de ver o mundo. E eu ainda não sei lidar com isto. Vou continuar a conjugar verbos em italiano, pode ser que me inebrie. Assim amanhã já não me lembro disto.
Encontros
Gosto de me perder nas livrarias e deixar os impulsos invadirem-me. As escolhas são quase sempre irracionais, mas ir à aventura é, sem dúvida, a melhor forma de ir. Hoje deixei-me levar por este, não obstante a lista de livros que me esperam. Gostei do título. Gostei da caneca. Gostei do preço. Mas, sobretudo, gostei da promessa:
«Não sei se o meu dom me encontrou a mim ou eu a ele. O meu dom... É difícil de explicar. Como aprendi a utilizá-lo é ainda mais estranho de relatar. Como acabei por trabalhar para Eles, acho que também não é nada simples de explicar.
Mas quero contar-vos. Há coisas, pequenos detalhes, que formam parte de nós próprios e nos fazem ser como somos. E o dom era algo que me definia.
Ainda que o utilizasse muito pouco. Fazia-me sentir mais vivo. Se estivesse a utilizar o dom quando vi a rapariga do Espanhol talvez não tivesse sentido o mesmo por ela. O que senti foi primário, foi muito autêntico. Como poderia ter tantas saudades dela sem a conhecer? O ser humano é mágico e indescritível. Sentia algo especial ao voltar a recordá-la. Aquela confiança que não deve surgir entre desconhecidos mas que às vezes existe e é mais intensa do que a que sentimos por alguém que faz parte do nosso ambiente há mais de vinte anos. Ela não se tinha apercebido da minha presença, não tinha sentido que os meus olhos não se tinham afastado dos dela nem por um instante».
Albert Espinosa, Tudo o que poderíamos ter sido tu e eu se não fossemos tu e eu
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Posso dizer uma coisa extremamente foleira?
Posso, a chafarica é minha. Aqui vai, cheio de polémica.
Se eu fosse comandante do navio Concordia ou de outro barquinho qualquer e soubesse que aquela porra ia por ali abaixo, também tratava mas era de por o meu lindo rabiosque num bote salva-vidas. Depois, logo pensava nas consequências de tal acto cobarde. Mas viva, bem vivinha. Caramba, o medo toca a todos e nem toda a gente nasce com jeitos de heroísmo. Pena que só se saiba isso da pior maneira. Se calhar quem devia estar preso era o senhor dos recursos humanos que contratou o comandante. Não se nota na voz que o homem está encharcado de medo?
Amizades
Ela diz-me que é assim. Eu hoje não acredito. Ponho o volume do rádio no máximo e penso: «O que precisava mesmo era de beber uns copos valentes.»
Toca o telefone.
- É para te dizer que este fim-de-semana vou a Lisboa.
Abençoada. Sempre oportuna.
Expiação
sábado, 14 de janeiro de 2012
160 caracteres#5: À noite, haverá sol?
Recebida do moço da lavandaria. Por que Lisboa andas, rapaz? É que na minha Lisboa está nevoeiro. E frio. Muuito frio. Mas como gosto de gente optimista, que vê o sol onde não há, combinou-se um jantar. À noite, também haverá sol?
T2 para um e meio: Mas a equipa precisa mesmo de guarda-redes?
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Há quem me pergunte porque escrevo tanto o amor
Tenho necessidade de escrever sobretudo o que não entendo.
E porque o amor é bonito. É tão bonito que dá nisto. Sorrisos. E momentos fantásticos.
(E talvez por isso me custe tanto não haver uma fotografia. Ironias da vida.)
Às vezes são coisas de outros mundos
Estou a olhar o mar, mas somos nós que vejo. Estava frio e tínhamos casacos. Também esteve sol e bebemos Coca-Cola. Passámos as quatro estações e chegámos a celebrar os trezentos e sessenta e cinco dias de co-existência.
Ultimamente vejo-me, como me olhaste pela primeira vez, em cartazes, e penso mais em ti. Ainda hoje usamos as alcunhas com que, infantilmente, nos baptizámos, copos na mão, notas a soar forte em cabeças esvaziadas pelo álcool. Corpos que se aproximaram e deixaram marcas invisíveis em pessoas, sobretudo em nós.
Aqui, sempre que olho este mar, recordo-me de ti e das vezes que partilhámos almoços na esplanada. Segredos. E as tuas aventuras pelo mundo e os meus sonhos que sempre te importaram. Dizias-me sempre:
- Tens de escrever.
Queria enviar-te uma mensagem.
- Almoças comigo?
Mas estás longe, agora de vez. Em vez, digo-te:
- Tenho saudades.
Somos assim, sem jogos nas palavras. Há poucas coisas que nunca te disse. Lembro-me agora de uma delas: gostei muito daquela noite. Não porque me trouxe o amor, mas porque desembrulhei um amigo. E tenho saudades. Nossas.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Um dia, talvez...
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Senão, como te esqueço?
Estou cansada de procurar o teu rosto no meio da multidão. Esta cidade é minha, vai. As ruas paralelas da baixa são minhas, o terreiro do paço é meu. Os armazéns do chiado pertencem-me, os bares do bairro saúdam-me. As esquinas de cidade são minhas. O jardim onde te escondes, plantaram-no para mim. O Tejo é meu. Diz-me bom dia. A ponte só a mim me serve, o Cristo Rei conforta-me com abraços. A mim. Vai-te embora, vai. Sai, por favor! Eu abro-te a porta.
Um dia frio, no Largo do Carmo, olhaste-me com nostalgia e disseste-me:
- Em lugar algum me sinto em casa.
Eu respondi-te:
- Lisboa. Lisboa é a minha casa.
Não te menti. Sai daqui, abre tu a porta, pois eu não consigo. Imploro-te. Estou tão cansada de procurar o teu rosto pelos quartos. Deixa-me a casa que é minha.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Duas noites sem dormir é quanto chega.
Hoje rendo-me ao diazepam. E se chegares, pelo menos não faças barulho a entrar no meu sono. Boa noite.
Sons de Inverno
I never wanted you to be my man
I just need your company
Don't want to get dependent on
Your time or who you spend it on
Or lose the way you love me
Like smoke, I hung around in the unbalanced
Sobre isto de andarem para aí a falar mal do Lioness: Hidden Treasures, devo dizer que estou tão viciada neste como estive e estarei sempre nos outros dois álbuns dela. É loop no carro desde o dia em que saiu. Reparem, é uma coisa mais primitiva, mas é ela. E bem pura, letra e voz.
Carta pública
PS- Achei delicioso terem um concurso de escrita. Ainda mais do que o sabor manga. É tão criativa a proposta de escrever sobre a parede rosa deles.
Perspectivas
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
65 cêntimos por um café?
Ok.
Era tudo o que precisava para deixar de beber cinco cafés por dia.
Obrigada Vítor Gaspar.
A minha saúde agradece.
Agora entende-te aí com o Paulo Macedo.
Com tanta saúde, não há quem me apanhe a pagar taxas moderadoras tão cedo.