domingo, 27 de novembro de 2011

«O difícil é arrumar a tristeza»



O mundo está cheio de fronteiras e eu não percebo porquê. Ao longo dos tempos tenho sonhado com um planeta livre, sem limites. Mas o Mundo está posto assim.
Definido. Quis-nos diferentes. Origens, ideias e falas distintas.
O Mundo fez-nos assim: incapazes de nos entendermos. Distantes. Eu, sem saber como te explicar o que sinto porque as palavras não te chegam. Tu, sem perceberes o que sai de mim. Sorris. Sempre sorris, como se não importasse. E o mais irónico, é que nunca me importava. Nunca fui boa com as palavras e sempre achei que falar não importava. Mas agora que quero, que preciso dizer-te que estou diferente, não sei como. Não te chego. 
Eu sei, o amor não tem fronteiras. Faz-se igual por todo o lado. Mas tudo o que eu queria era dizer-te na minha língua. Em português. Não sei fazê-lo de nenhuma outra forma. Queria explicar-te a saudade. Que não te prendo porque é a liberdade do teu espírito que me agarra mas que a saudade é inevitável para mim. E eterna. Que a saudade não se mata, cresce. E dizer-te que se alimenta do meu sorriso. Da alegria nos meus olhos. Alimenta-se dos meus músculos e deixa-me inerte. A saudade come-me os pensamentos e não deixa restos. A saudade inebria-me. Como uma garrafa de vinho. E que preferia bebê-la contigo. Senti-la contigo.
Estou assim. Com esta sensação de que não te volto a ver. A beijar. A aninhar. Estou com esta sensação de que está completo o milagre, que sempre vem terminar com as esperanças e começar com os agradecimentos. Por isso, aconchego-me ao nosso silêncio. Agradeço. Choro. E deixo que a música faça por mim a expressão do meu sentimento. Mesmo que não entendas o que a Adriana diz por mim.
Vai. E quando fores, prova-me que o mundo não tem fronteiras. Promete só que um dia vens contar-mo. Vem dizer-me, sorridente, como sempre, que o mundo é só um. Sem limites. Como nós um dia fomos.

1 comentário:

AP disse...

GOSTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO :)

Beijinhos