quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ideias

Vejo aviões e apetece-me chorar. Se não andasse a malhar tanto na bicicleta, diria que estou a ficar mole.
Talvez a solução seja pegar na bicicleta e apanhar o avião. Assim como assim, sem querer, alguém me meteu uma ideia mesmo maluca na cabeça... E eu ando maluca. Ai se ando.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Regressos

A ausência deve-se a nada, e deve-se a tudo.
As férias acabaram e eu recordo que não quero o meu trabalho toda a vida.
Redefino sonhos e objectivos.
Tenho saudades do Um e dos beijinhos que me dá. Entretanto, já tem dois uns. Nos anos.
Está a crescer.
Faço limpezas às relações. Reciclo pessoas. As que não têm jeitos, mando-as para o lixo. Estão estragadas.
Estou a crescer. (Ou pensavam que era só o Um?)
Que neura! Não é fácil voltar ao trabalho. Como me disse uma pessoa muito sábia: pensa em Itália.
Penso em Itália com força e com sorrisos. Estou lá, estou lá.
Abro os olhos. Não estou lá. Mas 2013 parece-me um bom ano para voltar.

sábado, 18 de agosto de 2012

Ciao, Itália!

Roma.
Eis-nos no fim. Um ano a pensar nisto, e quando chegou, terminou rápido demais. Dez dias. Inesquecíveis. De cumplicidade. De aventuras. Não voltamos os mesmos. Voltamos mais ricos, embora tenhamos ultrapassado largamente o nosso orçamento. Bem... há coisas que são "once in a lifetime" e o Um não voltará a ter uma primeira viagem. Esperou dez anos para tê-la. Creio que foi nestas coisas que abdiquei por tê-lo tão cedo. Mas o facto de o podermos fazer juntos, em idades tão bonitas como as nossas, cheias de energia e espírito de aventura, é deveras compensador. O Um disse-me, por várias vezes nestes últimos dias que não sabe o que faria sem mim. Acho que lhe deu para o sentimentalismo. Pois bem, eu também não sei o que faria sem ele. Não imagino a minha vida com melhor companheiro. Do dia-a-dia. Ou até mesmo de viagem. Nunca tive melhor.
Pude trazê-lo a uma terra que me fascina. Pude plantar a semente da curiosidade e do amor pelo próximo. Mostrar-lhe cultura e culturas. Ensinar-lhe a importância da língua, de aprender línguas, e do desenrasque.
Assim terminam os últimos dias da sua primeira década de vida. Parece-me simbólico. As próximas dez vão ser uma loucura, bem maior do que a que fizemos nesta viagem.
Quanto a mim, saio sempre desta terra com um aperto. Sinto que sou um bocadinho daqui. Não sei porquê, como explicá-lo, mas preciso de voltar. Vezes infinitas. Gosto disto. Das pessoas. Já falo melhor o italiano, vou-me desinibindo. Descubro-me, também pelos olhos dos outros. Têm-me dito coisas bonitas. Que nos adoram, como dupla. Que sou uma mãe carinhosa e atenciosa, mas descontraída. Que somos giros, juntos. Que o meu filho é lindo e que eu sou uma mãe super cool! Marcamos sempre a diferença em grupos, e isso é um espectáculo. Somos diferentes, independentes. Aventureiros. É bom saber. Levamos mossas no corpo. Mas levamos mais no coração. Das que ficam.
Esta foi a experiência de uma vida, e amanhã, às quatro da manhã, o despertador acorda-me para a realidade: chegámos ao fim. Talvez seja só o princípio. Que seja sempre assim: fantástico.
Arriverdeci, Itália. Ti voglio tanto bene! Grazie mille.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Totalmente mortos.

Roma.
Está calor por aqui. Muito calor mesmo. Olho para a mala e pergunto-me o que me levou a pôr quatro casacos na mala. Estão intactos, e a fazer peso. Burrice. Sempre tive medo do frio. Eventualmente, posso explicá-lo apenas com o meu cromossoma X.
Hoje foi dia de bike tour. Confesso que, à hora de almoço, pensei que desistir era uma boa ideia. Pedalar à torreira do sol... humm, não me pareceu apetecível. No entanto, estávamos tão mortos só com o passeio matinal, que visitar as catacumbas nos pareceu plausível...no sentido literal da coisa.
Ganhámos coragem e fomos. O ponto de encontro era no coliseu, e não sei como é que raio o Glenn, o guia, nos encontrou no meio de tanta gente, mas veio direitinho a nós. Theredbicycle.org foi o sítio onde reservámos a experiência. Parecia uma grande empresa. Na verdade, é o ele que faz tudo sozinho. É meio independente. E é sempre bom poder ajudar pessoas com iniciativa, por isso fiquei contente por não ter pago a uma das muitas opções que por aí andam na internet. Foram connosco um pai e um filho, de 14 anos, do Texas, USA. Foi super divertido! Aqui, o meu cromossoma X não se fez notar, e eu consegui acompanhar muito bem um monte de gente desportista. Também o Um. Aparte uma queda aparatosa, com direito a cambalhota no ar e tudo, esteve super bem. O percurso foi a via Appia e as Catacumbas, muito agradável, embora bastante mais exigente fisicamente do que eu poderia imaginar. Chegámos suados, porcos e imundos, uma vez que o percurso também mete terra, mas contentes por termos apostado em mais uma experiência inesquecível! Por hoje, acho que o jantar será no quarto: bolachas e água. Estamos demasiado rotos e cansados. Talvez mais daqui a nada nos apeteça sair. Roma continua excelente, mas definitivamente não aconselhável em Agosto: demasiados turistas e demasiado calor. E se não bastasse serem maus por si só, juntos então... bem, simplesmente não combina. Na verdade, ver tanto carro após a nossa estadia em duas cidades praticamente livres deles chega a ser cacofónico!
Bacci mille.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sou de paixões fáceis.

Roma.
Quando mais pessoas conheço, mais me aborrece pensar em namorar. Há tanta gente fantástica no mundo, como é que poderia escolher só uma? Estou nostálgica outra vez. Deixar Florença deixou-me assim. Pequena. Chegámos hoje a Roma e ainda não me consegui ambientar, ainda não me senti feliz por voltar. Tenho saudades de tudo e de algumas coisas em particular - ou alguém em especial ;) sou assim: um coração mole.
Quero "chegar" a Roma. Já fomos ao coliseu. O Um gostou muito, mas creio que também ainda não está no espírito. Florença bateu-nos forte. E também com este calor citadino, para quem ainda ontem andava perdido pelas montanhas de Chianti... não está fácil!
Amanhã vamos fazer a bike tour, mas o que nos apetece realmente é alugar uma vespa! Estamos viciados. E, desde que consigamos manter as pernas longe do motor, é a coisa mais segura do mundo. A queimadura na perna está com bom aspecto. Não parece infectada. Mas também tomámos todas as precauções. Com o número de pessoas que lhe garantiram que a cicatriz vai ficar cool, acho que até ele já não se importa. Rapazes.
Esta noite, pela fresca, acho que arriscamos uma volta grande. Talvez ganhemos outras tantas experiências que nos façam tirar a cabeça de Florença.
Sou de paixões fáceis. Intensas. Dessas que não duram mais do que devem e que, exactamente por isso, duram uma vida. Não magoam, só fazem sorrir. Mas há coisas das quais não me canso de gostar. Itália é uma delas. Pergunto-me se a viagem que as cartas me destinaram não será para aqui. Vou pensar nisso. Com alguma seriedade e muita paixão no coração. 2013 parece-me um bom ano.
Bacini a tutti!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dias já não sei quantos!

Florença.
Está a chover na cidade, o que provoca uma certa nostalgia. Condiz com o nosso espírito. Tudo o que disse no post anterior, à chegada a Florença... retiro. Mordo a língua, como, de resto, pedi para morder! Estamos com o coração pequenino, por serem as nossas últimas horas por Florença. Aqui, sentimos uma beleza totalmente diferente da de Veneza: a das experiências. Meu Deus, Florença será, simplesmente, inesquecível! Pelos amigos que fizemos, desde pequenos a grandes.
No curso de cozinha - pizzas e gelados - estivemos numa turma super engraçada, com mais 4 crianças além do Um. É interessante - e creio que esta foi a primeira experiência dele a fazer amigos internacionais - como os miúdos se entendem, sem perceber uma única palavra do que dizem. É ao observá-los, brincando, comunicando do jeito que dá, que percebo que a língua é uma barreira dos adultos. Para as crianças, é tudo muito mais fácil. Para nós, ao fim de um copo de vinho, lá se socializa um pouco mais. O vinho sempre foi um bom catalisador de conversas.
Hoje foi o dia de Vespa pelas montanhas de Chianti. Fomos ao castelo de Poppiano. A partir daí, e após as devidas orientações e instruções de segurança, montámos a mota. Foi brutal! Uma experiência inesquecível... não nos fartámos de andar naquilo, e parece-me que vamos ter mesmo de juntar uns trocos para comprar uma Vespa. De resto, foi tão marcante que o Um até ganhou uma cicatriz. Pois é... mesmo no final do dia, queimei-o na perna, com o motor. Está tudo bem, à parte de uns cuidados para não infectar a ferida e uma ligadura super sexy na perna (bad boys are cooler!). Todos foram fantásticos para ele, ajudando-o e animando-o. Fizemos bons amigos. O dono da empresa Tuscany Vespa-Tour, foi um deles! Incansável, levou-nos à farmácia, no final do dia, e ainda nos trouxe para perto do Hotel. Todos adoraram o facto de sermos uma parelha de mãe-filho. Acham-nos piada termos esta experiência sozinhos e dizem sempre que ele é lindo. Não é que precise de vir a Itália para o saber, mas a verdade é que sabe sempre bem que elogiem os nossos filhos. O Um também acha que todos os homens ficam caidínhos por mim e já me arranjou, no mínimo, uns 50 namorados. É maluco. =) Mas tem piada.
Amanhã partimos para Roma, para os últimos quatro dias desta aventura. Voltar, como tinha prometido, é a prova de que conseguimos tudo o que queremos. E, assim como fiz com Roma, há um ano atrás, faço com Florença, Veneza e toda a Itália: prometo que voltaremos em breve. Não me canso disto, deste destino, destas experiências. Quem sabe, não voltamos para ficar uns tempos. Uns meses. Um ano. Uns anos. Gosto disto. Sinto-me em casa. O Um também. Ainda bem!
Ciao! Ci vediamo presto!

(PS - Mãe, o Um está inteiro. Foi só uma queimadurazinha de nada, prometo.)    

Dia 4

Florença.
Ontem «aterrámos» em Florença. Antes de descrições, tenho de confessar que o Um me saiu um grande companheiro de viagem. O menino que adora estar em casa, tipo reizinho, ainda não fez uma única birra, palmilha as cidades como gente grande e ainda acarta com as malas sem reclamar. Tenho a certeza que faremos muitas viagens juntos, ainda.
Florença desiludiu-me. Espero enganar-me e morder a língua no final da estadia, mas a verdade é que as expectativas estavam tão altas, que quando aqui cheguei, acabadinha de embarcar de uma cidade lindíssima como Veneza, fiquei desapontada. É bonita, não me interpretem mal, mas começo a pensar que a nossa viagem por itália deveria ser no sentido ascendente, para que saísse daqui com um UAU na boca!
O hotel é confortável, mas nada que se compare com o anterior. O pior do Guidi, em Veneza, é  melhor daqui: o chuveiro. De resto, a simpatia perrdeu-se algures.
O Duomo é uma catedral lindíssima. Talvez a mais bonita que já tenha visto. A ponte vecchio é muito engraçada. A cidade faz-se bem a pé. É pequena. A bistecca à fiorentina não vale 35 euros, mas não deixa de ser uma costoleta saborosa e gigante.
Hoje começam as actividades. Acordei com os sinos  às sete da manhã. Dormimos com a janela aberta, porque o Um tem sofrido de calores nocturnos. Foi bom, acordar assim. Diferente. Como se houvesse um acontecimento importante. Ele continua a dormir. Anda estoirado e eu prometi que hoje podia dormir mais um bocado. À noite, faremos o curso de culinária.
Até ao meu regresso.

sábado, 11 de agosto de 2012

Dias 2 e 3 - Ciao, Veneza!

Há uma razão porque todos gostamos de viajar: a imaginação tem limites, e raras vezes pinta o quadro como ele realmente é. E quanto mais diferentes do nosso quotidiano forem os sítios, mais esta ideia ganha força. Eu já sabia, pelos filmes, pelos livros, pelo boca-a-boca, como era Veneza. Pois bem... eu não sabia nada. Não sabia que podiam haver lugares sem carros. Muito menos lugares onde os barcos fazem de carros e de autocarros, mas tão, tão bem, que põe a Carris a um canto. Para mim, andar de barco envolve uma logística grande, que seria impensável sair de casa, e entrar num. Aqui, ninguém enjoa. Não há coletes salva-vidas nem instruções. Quem mora aqui, sabe andar de barco, e ponto-final. E provavelmente, quando fecham os olhos, à noite, adormecem com aquela sensação de mareio. A mim, aconteceu. Acho que se adormece mais feliz.
Outra coisa que nunca ninguém me contou, e olhem que eu conheço umas quantas pessoas que vieram a Veneza, é que aqui há praia. Hoje molhámos os pés no Adriático, e juro que fiquei cheia de pena de não ter colocado na mala uns fatos-de-banho. Em Lido, entra-se num outro mundo. Ou melhor, volta-se ao mundo: tudo é mais parecido com o que conhecemos. Praias e deixa-andar. De bicicleta, ou pelo menos, este foi o modo que escolhemos para conhecer toda a ilha, com a devida paragem para pôr o pé na areia que, português que é português, em Agosto, quer é praia.
Em pouco tempo, apercebi-me que os turistas do futuro estão condenados. A beleza de conhecer um lugar, está nos detalhes. As cidades mais bonitas que já vi são feitas a renda. Têm arte. Isto de usarmos o minimalismo como arte dos tempos modernos vai correr mal. Ou, pelo menos, vai tirar o sabor de descobrir. Coisas. Pormenores.
Amanhã partimos para Florença. É caso para dizer: Ciao, Venezia! Ci vediamo dopo! Com fato-de-banho!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dia 1 - Em terra firme.

Veneza.
Na verdade, este deveria chamar-se dia zero. Mas a sua riqueza em aventuras, confere-lhe um número de valor. São as primeiras horas. É também o dia 1. Ou o dia do Um.
O baptismo de voo correu melhor do que esperava. Bem... não faltaram os gritinhos, os «ai, ai, ai, aiii que agora não posso sair daqui mais!» e umas lágrimas a compor o cenário. As dele, de medo. As minhas, de riso.
O hotel é bastante confortável e toda a logística correu muito bem. Acho que é por isso que as pessoas planeiam as viagens: aproveitam todas as horas. Chegámos e entrámos logo num táxi que, por 7 minutos de viagem, nos levou 25 euros. Ok. Nada de choramingar, já sabia que, à hora de aterrar, não tínhamos alternativa. No hotel, fomos recebidos em português, o que facilitou, e muito. Pudemos aproveitar a noite em Veneza, um jantar ao ar livre e, a propósito do assunto, está uma ventania maluca e até já choveu! À primeira impressão, Veneza é de suster a respiração! Parece mentira, parece inventada. Uma cidade digna de desenho animado, de sonho ou qualquer outra palavra que defina o extremo da fantasia.
O Um está muito contente. A felicidade dele é notável, em cada risada, em cada expressão. Jantámos spaghetti bolognesa e lasagna. Era o que havia à hora que nos propusemos a jantar. A sobremesa? Gelados, pois! ... que durante o passeio nocturno se derreteram, nos sujaram completamente, e nos proporcionaram a risada da noite! Fizemos um acordo: gelados, só em copo. Bom, pelo menos enquanto nos lembrarmos da tentativa de lavar as mãos nos canais...
Neste momento, o Um delicia-se com desenhos animados italianos. E eu? Delicio-me com as risadas dele.
Amanhã, veremos quantas mais registo. Aposto que umas quantas.
À domani! 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

T2 para um e meio: Aqui vamos nós!

Nós, e um monte de malas!
O dia, finalmente, chegou.
 
 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ontem

Descobri, uma vez mais, o quanto gosto de pessoas. O quanto gosto de Lisboa. E como é encantadoramente tranquila e amistosa, à noite. O quanto gosto de projectos com componentes humanas e sociais. O quanto é este o caminho... o meu caminho.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Isto de pensar «Out of the box»...

... é assustadoramente divertido! Mais um passo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sai um like!

Hoje é, por tradição, um dia difícil. É também o aniversário da minha vida, como hoje a conheço: independente.
Por cada coisa má, uma coisa muito boa. No final das contas, saldo positivo.