Estou cansada de procurar o teu rosto no meio da multidão. Esta cidade é minha, vai. As ruas paralelas da baixa são minhas, o terreiro do paço é meu. Os armazéns do chiado pertencem-me, os bares do bairro saúdam-me. As esquinas de cidade são minhas. O jardim onde te escondes, plantaram-no para mim. O Tejo é meu. Diz-me bom dia. A ponte só a mim me serve, o Cristo Rei conforta-me com abraços. A mim. Vai-te embora, vai. Sai, por favor! Eu abro-te a porta.
Um dia frio, no Largo do Carmo, olhaste-me com nostalgia e disseste-me:
- Em lugar algum me sinto em casa.
Eu respondi-te:
- Lisboa. Lisboa é a minha casa.
Não te menti. Sai daqui, abre tu a porta, pois eu não consigo. Imploro-te. Estou tão cansada de procurar o teu rosto pelos quartos. Deixa-me a casa que é minha.
Na realidade, nem como assim tantos. Mas na pressão de arranjar um nome (sim, não houve tempo para pensar que ia ter um blogue) foi este que me surgiu. Estúpido? 'Tou nem aí!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Senão, como te esqueço?
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3 comentários:
percebo tão bem o que escreveste!!!
Texto bonito. Mesmo.
obrigada! =)
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