Eu não sei se acredito no destino, ou no livre arbítrio com as suas devidas coincidências. Isto, posso dizer, não me tem saído da cabeça nos últimos tempos. Por mais que eu queira pensar que a minha liberdade não está condicionada, a verdade é que há momentos em que tenho de dar a mão à palmatória. Parecem destino. E porque é que, ao fim de uma semana a matutar o assunto, hoje é um bom dia para falar sobre isto?! Alguém faz anos. Uma pessoa que eu trago no coração, especial, e que me faz acreditar que há pessoas que estão destinadas a entrar na nossa vida, seja de que forma for.
Ora bem, além de um grande beijinho de parabéns - que eu sei que costumas cá dar um olhinho em silêncio - quero dizer-te que gosto de ti. Sem tangas, sem rodeios.
Gosto de ti porque me abalas as teorias. A do livre arbítrio, a de que não se fazem amigos a dançar, e tantas outras que temos discutido ao longo destes anos. Mas não é só. Gosto de ti porque me és confortável. Assim, como se estivessemos de pijama - embora, não raras vezes, o tenhamos dispensado, e ainda bem. Somos nós, sem tangas, sem rodeios. Gosto de ti porque quase nunca temos tempo um para o outro, mas quase sempre guardamos um bocadinho das nossas vidas para nós. E porque quando não me dizes nada, eu sei que não é indiferença. Sem inseguranças. Andas simplesmente pelo mundo, e nunca te esqueces de me trazer um presente. Porque me falas de Itália e me contas o encanto de cada recanto. E como tudo é solitário, quando vais. Gosto de ti, porque temos uma identidade exclusiva. E quando estamos juntos, é como se, efectivamente, esses fossem os nomes que constam na nossa certidão de nascimento. Porque já te escrevi muitas palavras. Livros e livros. E tu gostas. E pedes mais. Gosto de ti porque és o meu segredo e porque em tempos fui o teu pecado. E eu gosto de te deixar nervoso. Vejo-te a alma. Mas sobretudo, mesmo mais do que tudo, gosto de ti porque gosto. Gosto de ti porque sim. Sem mais tangas, sem rodeios.
2 comentários:
Bonito texto. Mesmo.
Tão lindo!!
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