Na realidade, nem como assim tantos. Mas na pressão de arranjar um nome (sim, não houve tempo para pensar que ia ter um blogue) foi este que me surgiu. Estúpido? 'Tou nem aí!
I wonder if we get one true love Or maybe there's a few out there or maybe not even one I wonder if it's made up by man I wonder if love is what we make with our own two hands.
A mim custa-me chatear-me. Digamos que não gosto. Uma pessoa começa a sentir a fúria, a raiva, a tristeza, a indignação, a ofensa. Isso tudo e mais qualquer coisa que contribua para esta mistura explosiva. Sou uma pessoa de paz. Pudesse eu, e não me chateava. Nunca. Até porque quando uma pessoa se chateia, não chora apenas. Não. Chora e ranha-se. E o meu muco nasal é uma coisa que gosto de partilhar apenas comigo e quanto muito com os meus lencinhos da Renova. Eventualmente, a fronha da minha almofada. E pronto. Raramente me chateio. Mas as coisas estão diferentes. As pessoas mudam, e eu, na qualidade de pessoa, mudo também. Moral. Antigamente, quando raramente me chateava, fazia limpezas. Agora, quando ainda raramente me chateio, dispo-me. Ou seja: já fui menina de «acordar» de uma discussão com a casa num brinquinho; hoje sou mulher de terminar uma discussão com um look totalmente diferente.
Sendo eu mulher, acho fixe - diretora da Happy Woman, aproveite a dica para uma sessão fotográfica.
Fosse eu homem, também achava fixe. Estar a discutir, em pleno «diz que disse» e zás, uma gaja nua!, parecer-me-ia perfeito. Ao invés, o homem que me dá beijinhos, indignou-se. Não entendo bem porquê. Se calhar o facto de estarmos em plena rua, ali para os lados da Amadora, teve qualquer coisa a ver com o pânico que vi no seu olho arregalado.
Não, eu cá não discuto com certas roupas.
Acho as funcionárias da Intimissimi, independentemente da loja, e acreditem que já percorri muitas, espectaculares.
O cuidado em nos fazerem sentir lindas é exemplar. E conseguem sempre o que querem: fazer-me gastar mais do que o planeado. Esta, foi a prenda de anos que me ofereci:
E saí de lá a sentir-me a mulher mais fantástica do mundo.
Que o Um traga amigos a casa. E de lhes fazer panquecas. E de ficar, de parte, a ouvir as conversas de adolescentes. Dá-me saudades de ser adolescente.
Estava aqui a fazer um review sobre os posts que fiz do dia de S. Valentim no blogue. E descobri que, desde 2008, já passei por muitos estados de espírito nesta data: momentos de paixão assolapada, momentos de completo desinteresse pelo dia, momentos em que, muda, amei por palavras e imagens alheias e anos até, em que a amizade foi o jeito de amor que encontramos para gargalharmos no dia dos namorados.
Pois este ano, 2014, será o ano do amor. Finalmente, na mouche. Não é, afinal, o que se comemora hoje? O amor? Esse, o tal. Desinteressado de tudo o que não seja essa mistura bombástica de amizade com paixão assolapada.
Eu não te amo. Não oficialmente. Porque nunca to disse, e se nunca to disse, pouco importa se já o senti. Não é oficial. É assim como um filho bastardo. Isso, o meu amor por ti é um filho bastardo, que não sabe que existe por estar escrito ou decorado. Só saberá que existe se nos abraçarmos, se sorrirmos continuamente. Valida-se se continuarmos cúmplices, sobretudo nas adversidades. Só respira se me pegares ao colo e levares para a cama, depois de, mais uma vez, adormecer no teu sofá. Materializa-se nas brincadeiras que só nós entendemos. E perfilha-se nos nossos cantinhos secretos, onde olhamos as estrelas e o mar e nos dispersamos não só em beijos, mas em conversas sobre a natureza, o universo e nós. Seres pensantes, incapazes de pensar o amor. Seres céticos incapazes de perceber o que nos aconteceu. O mais puro e sincero dos amores. Obrigada por isso. Por me fazeres chegar aqui. Ao 14 de Fevereiro de 2014. Só agora soube o que é. Mesmo que o passes longe, sabe: este é o primeiro ano da minha vida em que celebro o amor.