terça-feira, 25 de maio de 2010

Merecido reconhecimento

Quando fui mãe, em 2001, Portugal era o segundo país da União Europeia com maior número de mães adolescentes, apenas ultrapassado pelo Reino Unido - darem casas assim, sem mais nada, só por se ter um filho na adolescência não me parece uma boa forma de controlar o fenómeno, Sirs. Qualquer coisa como 13 bebés por dia, vindos de barriguinhas menores. Mesmo assim, e como estes números tão elevados, há uma expressão que nunca me livrei. A de choque.

Meio - O meu filho... blábláblá. - continuava eu a conversa com naturalidade.
Cara de choque - O teu quê? Ah! Tens um filho? Que horror! Foi difícil? E os teus pais? E blábláblá. Lá tinha eu de desviar o assunto e explicar que nem todas as mães adolescentes têm falta de dentes, andam esfarrapadas, moram em abrigos e andam a caminho do centro de emprego.

Hoje, amiguinhos, exactamente hoje, 25 de Maio de 2010, oito anos, nove meses, cinco dias, sete horas e dez minutos depois de ser mãe, disseram-me uma coisa que nunca me esquecerei. A primeira vez. A estreia.

Mulher simpática - É mãe? - sem eu ter referido a criança.
Meio - Sou.
Mulher simpática  e muito perspicaz - Nota-se.

E pronto. Fiquei assim, pequenina. Hoje ninguém se chocou. Mais. Hoje alguém notou: que eu tenho um instinto maternal instalado e bem entranhado vai pralá de oito anos.

5 comentários:

AP disse...

Queres recordar algo cómico?!
Contaste-me que tinhas um filho naquele jardim em frente à sala onde estivemos, durante um belo tempo, lado a lado. Felizmente pertenço ao grupo "normal", das que reagem com naturalidade, e que no meu caso com um sorriso enorme, porque adoro crianças e o teu é um traquinas fofo.

Mas lembro-me perfeitamente do ar de choque, de uma senhora (que estou a evitar dizer o nome), bem formada, na casa dos 40´s, perante a questão de seres mãe. E o mesmo ar de espanto vindo de uma que devia ter uns 30 e possivelmente problemas auditivos, visto ter-te questionado duas vezes seguidas se eras mesmo mãe...

Este teu post é muito pertinente ;)

Alina Baldé disse...

Ó menina, mas você é especial, essa sua sensibilidade abrange o mundo, não se choca, age, sorri e faz coisas maravilhosas.
LOLOL, epah, nós vivemos com cada uma, que dava uma novela. Mas olha, tenho saudades. Dos gelados ca Karina e a Margarida, de descer aquela rua do elevador, que traiçoeira, de apanhar sollll ... e das risadas! dos stresses não!

AP disse...

Podes crer, é que dava uma novela. Mas confesso que tenho saudades das coisas boas: das nossas risadas, palhaçadas, dos gelados, da princesa Karina e Margarida, das conversas. Do stress é que já não LOL

Ela adormecida disse...

parabéns, mamã!! :D beijoooooco para ti e para o teu princípe *

Ana Filipa Oliveira disse...

Eu nao fui mae adolescente, mas na teoria uma mae solteira aos 26 anos. (Digo na teoria, porque na prática o pai, hoje meu marido, sempre esteve presente.) Pelo meu ar juvenil, muitos olhares e alguns comentários foram inesquecíveis... mas o cao ladra e a caravana passa. Parabéns pelo bom humor que tens para enfrentar as pequenas pedras que podem ter aparecido e aparecem no Caminho!