quinta-feira, 17 de maio de 2012

Nas palmas

A cigana quis segurar-me a mão. Pediu para a olhar nos olhos. Fundo. Eram mel. Disse:
- Há um amor que não consegues esquecer, filha!
E eu penso: «Ora bolas,! grande coisa. Todos nós temos um amor que não conseguimos esquecer.»
- Dá-me a tua mão, anda. Deixa-me ler-te a sina.
E eu fecho-a e escondo-a atrás de mim como se trouxesse na palma que ela pede a vergonha do sentimento. Olho fundo, afundo-me no mel.
- A minha sina, cigana, a minha sina é essa mesmo. Não esquecer um só momento desse amor, lembrar-me todos os dias como sabe, sem nunca mais o poder levar à boca. Sem nunca mais o provar.

2 comentários:

Panda disse...

Se respondeste mesmo isso tens coragem :D e realmente essa uma sina que não dura assim tanto, quando surgir a pessoa certa logo esqueces ;)

AP disse...

Arrebatador!! Pelo sentimento e pela beleza da frase final...adorei, adorei!! Um grandeeeeeeeeeeeeeeee grandeeeeeee beijinho

Já te disse que escreves maravilhosamente bem mas não me custa nada repetir!!