quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Há momentos em que odeio o meu país.

São poucos. Porque, na verdade, adoro o meu país. O sol - sim, o inevitável clichê do sol -, a proximidade, a sua pequenez geográfica, a sua gente, na qual me incluo e, sobretudo, a sua língua. Adoro Portugal, os portugueses e o português!
E é por isso que às vezes o odeio. Não pela falta de dinheiro que se proclama a torto e a direito, que se lixe a falta dele, que o dinheiro é escasso mas ainda nos deixa brincar aos ricos - ou não será a conta da tv por cabo, do telemóvel e o crédito da mega televisão puros luxos?
Eu por vezes odeio o meu país pela falta de oportunidade que dá. Aos que querem ficar. Simplesmente, querem fazer vida onde gostam de estar e que, por acaso, até é o sítio que trazem no documento de identificação como sendo a sua casa.
Odeio cada vez que um amigo - mais um - se vai embora, emigra. Que se lixe a falta de dinheiro, que pior é ter falta de amigos. E não me digam que as boas amizades perduram, pois não me lembro de nenhuma que saia intocada com a ausência e a distância.
Mais odeio quando vejo o homem que me dá beijinhos tentar a sorte fora daqui, dizendo que não é o que quer, não, não é, mas que não vê jeitos de continuar a carreira aqui, pois ninguém dá valor aos anos de trabalho que traz em cima, ao que perdeu de todas as vezes que fez horas e horas seguidas em prol da cultura portuguesa, nem ao facto de ter trabalhado com os melhores artistas deste país e deste mundo fora. Eu entendo. Digo que uma pessoa tem de fazer aquilo que tem de fazer. Eu apoio. Verifico possíveis erros de inglês nas cartas de apresentação. Brinco com a situação. Mas, por dentro, sabe Deus o quanto conseguirei odiar este país se o único homem que me fez sonhar, tiver de ir. E não me digam que um bom amor resiste à distância. Até à data, não conheço nenhum. Que se lixe a falta de dinheiro. O pior do mundo é perder um grande amor.

3 comentários:

Breaking disse...

O meu Amor durou quase 2 anos à distância, muitas horas de telefone, porque o meu Amor não é dado a tecnologias nem havia a satisfação de nos vermos. Muitas horas de viagens e aeroportos. Para ele durariam os anos que fossem necessários. Para mim era uma tortura pois estava cá sozinha e achei que não aguentávamos muito tempo à distância. O meu Amor deixou tudo para trás e veio ter comigo há quase 1 ano! É dificil mas não impossivel... Muita Sorte!!!

Alina Baldé disse...

Boa! Adoro uma boa história de amor!!!

Alina Baldé disse...

Ah, e obrigada pelo apoio! Ainda estou com esperança que apareça trabalho por aqui! ;)