São poucos. Porque, na verdade, adoro o meu país. O sol - sim, o inevitável clichê do sol -, a proximidade, a sua pequenez geográfica, a sua gente, na qual me incluo e, sobretudo, a sua língua. Adoro Portugal, os portugueses e o português!
E é por isso que às vezes o odeio. Não pela falta de dinheiro que se proclama a torto e a direito, que se lixe a falta dele, que o dinheiro é escasso mas ainda nos deixa brincar aos ricos - ou não será a conta da tv por cabo, do telemóvel e o crédito da mega televisão puros luxos?
Eu por vezes odeio o meu país pela falta de oportunidade que dá. Aos que querem ficar. Simplesmente, querem fazer vida onde gostam de estar e que, por acaso, até é o sítio que trazem no documento de identificação como sendo a sua casa.
Odeio cada vez que um amigo - mais um - se vai embora, emigra. Que se lixe a falta de dinheiro, que pior é ter falta de amigos. E não me digam que as boas amizades perduram, pois não me lembro de nenhuma que saia intocada com a ausência e a distância.
Mais odeio quando vejo o homem que me dá beijinhos tentar a sorte fora daqui, dizendo que não é o que quer, não, não é, mas que não vê jeitos de continuar a carreira aqui, pois ninguém dá valor aos anos de trabalho que traz em cima, ao que perdeu de todas as vezes que fez horas e horas seguidas em prol da cultura portuguesa, nem ao facto de ter trabalhado com os melhores artistas deste país e deste mundo fora. Eu entendo. Digo que uma pessoa tem de fazer aquilo que tem de fazer. Eu apoio. Verifico possíveis erros de inglês nas cartas de apresentação. Brinco com a situação. Mas, por dentro, sabe Deus o quanto conseguirei odiar este país se o único homem que me fez sonhar, tiver de ir. E não me digam que um bom amor resiste à distância. Até à data, não conheço nenhum. Que se lixe a falta de dinheiro. O pior do mundo é perder um grande amor.
Na realidade, nem como assim tantos. Mas na pressão de arranjar um nome (sim, não houve tempo para pensar que ia ter um blogue) foi este que me surgiu. Estúpido? 'Tou nem aí!
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Há momentos em que odeio o meu país.
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3 comentários:
O meu Amor durou quase 2 anos à distância, muitas horas de telefone, porque o meu Amor não é dado a tecnologias nem havia a satisfação de nos vermos. Muitas horas de viagens e aeroportos. Para ele durariam os anos que fossem necessários. Para mim era uma tortura pois estava cá sozinha e achei que não aguentávamos muito tempo à distância. O meu Amor deixou tudo para trás e veio ter comigo há quase 1 ano! É dificil mas não impossivel... Muita Sorte!!!
Boa! Adoro uma boa história de amor!!!
Ah, e obrigada pelo apoio! Ainda estou com esperança que apareça trabalho por aqui! ;)
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