terça-feira, 8 de novembro de 2011

Se o mundo não anda do avesso...

... eu não sei não.
Acordei solidária com o povo (ar condicionado no máximo, dentro do meu mais-que-tudo suzuki ).
As transportadoras fazem greve. O povo irrita-se com as greves. Em jeito de silogismo:
O povo irrita-se com as transportadoras. Isso, isso!
Ora, se o objectivo das transportadoras é mostrar a falta que fazem, vêm tarde. É só passar pelas gasolineiras para se perceber que o comboio, o autocarro e os barcos não constituem hoje uma alternativa, são bem-essencial.
Se o povo já percebeu a ideia, não deviam as transportadoras pensar numa forma de irritar, efectivamente, quem ainda não o entendeu? Tipo... deixa cá ver... os governantes! É que eles andam de carro. De carro, meus senhores, e na faixa do bus. Logo, o trânsito caótico que se gera graças às greves dos transportes não só irritam o povo - coitado do povo, que já nem subsídio de natal tem - como não irritam o governo.
Olhem que eu não sou contra as greves, que nem sou. Também não sou a favor, a menos que seja uma coisa bem feita, como aqui foi há uns anos quando deixou de haver leite nas prateleiras porque os camionistas nem- ai-nem-ui-podem-todos-morrer-à-fome-que-não-estamos-nem-aí-por-aqui-está-tudo-carregado-de-batatas-e-cenouras-e já agora-também-temos-leite-E-gasolina. Mas se não houver uma lógica na coisa, para que servem as greves? Não terão os trabalhadores outras armas? Pensem lá bem...

Pronto, a coisa começou assim, mas terminou assado.

Chego a casa, e deparo-me com a notícia que os portugueses - esse povo que ainda há umas horas defendia eu acérrimamente - pretende gastar, em média, 540€ em prendas de natal. Mais do que os alemães, esses novos e tiranos donos da europa. Quinhentos e quarenta euros, meus amigos? (E disse em extenso para ainda parecer mais). Quinhentos e quarenta euros? (E repeti para sublinhar a minha indignação!).
Das três uma: ou sou mesmo sovina, ou a minha família é mesmo pequena, ou o Natal é uma coisa que realmente não me assiste.

(Dasse!)