Na realidade, nem como assim tantos. Mas na pressão de arranjar um nome (sim, não houve tempo para pensar que ia ter um blogue) foi este que me surgiu. Estúpido? 'Tou nem aí!
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Nas nuvens
Eu já vi muitos filmes de George Clooney, mas a imagem que fazia «pop» na minha cabeça não era a de um homem extremamente sensual, como acontece a todas as mulheres que conheço. Não, durante muito tempo, esse galã consensual (ou devo dizer com sensual) não foi uma pipoca estaladiça e quente, antes murcha e pouco doce, embrulhada num cartuxo com um panfleto alusivo a Syriana. E, com esse nome, surge-me a imagem de um senhor gordo e nada atraente.
Eu não sei se já viram Syriana. Para vos ser sincera, acho que nem eu vi Syriana. Foi um daqueles filmes que assisti no cinema, numa espécie de encontro romântico desastroso. A partir daqui, as minhas recordações são uma grande nuvem cinzenta, onde a única coisa que quero partilhar é: cinema não rima com romance. E para que fique claro, e somente em abono da verdade, esse senhor gordo não era o rapaz na cadeira ao lado, mas sim o senhor na tela.
Com Up in the air, creio que está ultrapassado o trauma de George Clooney. Porque, de alguma forma, me revejo em Ryan Bingham. Ou melhor, nas experiências e filosofias de vida de Ryan Bingham. (E pronto, porque ele é, de facto, sensual).
Há um ano atrás tive a oportunidade de passar muitas horas em aeroportos, aterrar em muitos destinos, fazer check-in em vários hotéis. Uma vida onde o único denominador comum nas tarefas rotineiras é a palavra «movimento». São caras que fixas com sede, porque sabes que nunca mais às verás, são conversas que chegam a ser mais francas do que as com pessoas que conheces bem, porque sabes que nunca mais as verás, são momentos de diversão únicos, porque sabes que nunca mais as verás. E, o mais importante, são horas de reflexão produtiva, porque a única pessoa que realmente conheces, és tu.
E, no fim, dormes num quarto de hotel. Eu adoro hotéis e era capaz de viver num. Um copo no bar ao final da tarde, mais caras, mais conversas, música relaxante. Um duche, umas danças parvas enroladas na toalha, o som da televisão com programas estrangeiros, que achas parvo mas não consegues mudar de canal, e ter de dormir nua, porque o pijama ficou esquecido em casa ou não cabia na mala mas não faz mal, porque além do ar condicionado no máximo, existem os melhores edredons do mundo nos hotéis.
Uma sensação maravilhosa. Mas antes de irem a correr (ou devo dizer voar) ao abraço dessa vida, devo alertar que há uma condição para que tudo corra bem: sofrerem de dificuldades de ligação. Ou, como metaforizou Ryan e muito bem, levarem a mochila vazia.
Eu sofro disso. Na verdade, a maioria das vezes penso no quanto não gosto de pessoas e ainda recordo a primeira vez que senti a indignação da constatação: «as pessoas são más», uma frase que recorro mais frequentemente do que gostaria. E atenção, não posso descartar a minha quota parte de maldade, que aqui ninguém é (ainda) perfeito e continuo longe de conseguir um lugar no paraíso. Pois é, embora este ponto esteja mais do que discutido com a psicoterapeuta, os mecanismos para lutar contra as dificuldades de confiar nas pessoas estarem devidamente decorados e accionados, devo confessar que sou viciada no momento em que não conheço as pessoas.
Esse momento, onde as pessoas ainda não são, onde um «olá» é o ponto de partida e não um cumprimento recorrente e diário, sem sentido. Esse momento onde não custa voltar as costas, onde não custa o «adeus» e onde o «até breve» é o único chavão que se dá ao luxo de não ser verdadeiro. Onde pouco importa. Onde não te desiludem. Onde me sinto segura.
Por isso, Up in the air não veio fazer bem à minha capacidade de socialização. E acreditem que eu estava a torcer pelo final feliz. Veio antes acrescentar validade à minha teoria que, quando estabeleces uma ligação única com alguém, quando baixas os braços e dizes:
- «Bem, eu admito. Estava enganada e isto de gostar a sério de alguém é melhor do que andar por aí sem reconhecer as caras das pessoas. Não vou lutar mais contra isso, blablabla»,
é o princípio do fim.
Abriste a porta para a desilusão. E agora é uma bomba-relógio onde as cenas do próximo capítulo incluem partir o coração em pedacinhos, largar-te a mão e deixar-te cair, desamparada e desinteressadamente, no chão.
Directo das nuvens.
Nota - Este é uma das poucas caracterísitcas que desejo ardentemente que me mostrem que estou errada. Um dia. É que eu quero parar de desejar finais felizes e começar a acreditar neles, como únicos finais possíveis.
T2 para um e meio: conversas em família
Tenho partilhado aqui a curiosidade do Um relativamente à homossexualidade. Esta coisa do casamento passar a ser permitido deu-lhe a volta à cabeça. No bom sentido. É que pelo menos temos tido a oportunidade de debater o tema até à exaustão. E, a longo prazo, estou convencida que acontecerá uma de duas coisas graças às nossas conversas:
- Ou será um heterossexual muito tolerante.
- Ou um homossexual assumido.
À volta da mesa:
Um - Eu já pesquisei «homossexual» no computador.
Faço silêncio. Começo uma reza para que não se tenha lembrado de ir às imagens ou, caso tenha ido, para que tal preversidade não tenha ficado gravada na sua mentezinha ainda pura. Ou assim imagino.
Faço silêncio. Começo uma reza para que não se tenha lembrado de ir às imagens ou, caso tenha ido, para que tal preversidade não tenha ficado gravada na sua mentezinha ainda pura. Ou assim imagino.
Pai do Um - Ai sim, e então?
Em jeito de declaração:
Um - Não sou homossexual.
Meio - Bom saber... bom saber. - Shame on me. Devia ter contido um pouco o preconceito. Sempre disse que não me importaria nada se ele for homossexual. No entanto, reclamo o direito de chorar baba e ranho um diazinho inteiro, às escondidas. Depois disso, estou pronta e à disposição para conhecer um «genro» com o maior dos sorrisos e hospitalidade.
E é então que o pai se sai com a advertência:
Pai do Um - Olha filho, podes até não ser homossexual, mas tu vê lá se tens cuidadinho com a tua heterossexualidade que eu não quero ser avô tão cedo.
Tive de largar uma gargalhada. É o que se espera de um pai século XXI. «Podes até nem ser homossexual»? Como se, vá lá, fossemos dar um desconto por ele não o ser? E «vê lá se tens cuidadinho com a tua heterossexualidade»?, pois claro. Oito anos é a idade perfeita para se começar a falar de planeamento familiar. Ou não fosse o Um um pequenino acidente de percurso na adolescência.
Já vos disse que adoro as conversas deles?
Nota - E já agora, se for gay, ao menos que seja tipo estes da foto. É que se for para acabarmos com a raça humana, ao menos que acabemos em grande.
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Eu era capaz de ter esta vidinha...
Ai se era.
Vou ali beber um cafézinho com uma amiga, enquanto vejo a malta sair para as suas curtinhas horas de almoço. E quando eles fizerem aquela cara de dor porque está na hora de trabalhar mais um pouco antes de merecer o tão desejado fim-de-semana, vou ali ao MUDE.
É bom não se trabalhar numa sexta, não é?
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
E lá se foi o sonho americano.
Por favor, se conhecerem algum (mesmo mesmo mesmo giro) Philip Keith, de Massachusetts, digam-lhe que nunca mais deixe uma rapariga alcoolizada apontar um e-mail num pedaço de papel minúsculo. Desta forma, o reencontro, não tem como acontecer.
To my north-american visitors:
If you know any (really really really cute) Philip Keith, from Massachusetts, please let him know that he cannot let an alcoholic girl write an e-mail in a tinny tinny paper. The second date, will never happen that way.
E pronto, tenho dito. Agora sim, sinto-me capaz de parar de tentar decifrar os rabiscos a vermelho num papel pequeníssimo e muito maltratado. Vou ali guardá-lo ali na caixinha. Pelo sim, pelo não.
E pronto, tenho dito. Agora sim, sinto-me capaz de parar de tentar decifrar os rabiscos a vermelho num papel pequeníssimo e muito maltratado. Vou ali guardá-lo ali na caixinha. Pelo sim, pelo não.
Dona Júlia chamada ao gabinete da... da... nutricionista!
... A sua resposta está... certa!
Meio - Então e a dona Júlia veio aqui à consulta porque...*
Meio - Então e a dona Júlia veio aqui à consulta porque...*
Obesa de 53 anos com aparência de 100 e mentalidade de 10 - Ó dótora, eu quero emagrecer, mas já fui a nutricionistas e eles não prestam para nada. Têm a mania de nos pôr a passar fome e olhe que isso não é para mim porque eu cá desisto logo. É que não tenho mesmo paciência para dietas e essa coisa de comer direitinho não dá e então estava à espera que aqui houvessem coisas diferentes para eu emagrecer e...
Meio - Mas sabe... eu sou nutricionista.
Obesa de 53 anos e diarreia verbal diagnosticada - Ah, pois. É isso. É isso. Era uma consulta dessas que eu queria.
E porque é que só me apetece dizer asneiras?
*pergunta ingrata de se fazer quando, na cadeira à nossa frente, está alguém com 100 quilos, eu sei. Vida de nutricionista. Deixo como nota que a resposta certa é: quero (um enfatizado MUITO é sempre bem-vindo) emagrecer.
*pergunta ingrata de se fazer quando, na cadeira à nossa frente, está alguém com 100 quilos, eu sei. Vida de nutricionista. Deixo como nota que a resposta certa é: quero (um enfatizado MUITO é sempre bem-vindo) emagrecer.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Hoje a festa é no deserto.
Era assim: o deserto. Ela nunca tinha pisado as areias do deserto, mas sabia que era lá que estava. As cores, meio pastel, a aridez, o sufoco. Olhar, olhar e não ver nada. Não sentir ninguém. Estava assim: no deserto.
Viu um cadeirão. Era verde, como se pertencesse à casa de uma avó. Não a sua, ou talvez da sua. De uma avó qualquer. Viu um cadeirão verde e achou que era a sede do deserto. Alucinações: quando a tua própria mente te mente. Prega partidas. Avançou, não sei se segura de que estava um cadeirão verde no meio do deserto, se apenas decidida a comprovar a sua sanidade mental, mostrando que não estava a porra de cadeirão verde nenhum, ali, no meio do deserto.
Os pés descalços enterravam-se num milhão de grãos. Areia. Tornava incrivelmente difícil a chegada ao cadeirão. Mas ela continuava. Segura ou decidida. Eu não sei. Eu não sou ela. Ela é outra pessoa. Eu não sei quem ela é. Eu já disse que não sei.
Quando lá chegou, curvou-se. A sua coluna dorida prestes a moldar-se ao encosto; o seu rabo, firme à força de tanto pontapé, prestes a consolar-se no tampo forrado a verde.
E o verbo «sentar» materializou-se. O cadeirão verde não se esfumaçou. Era um cadeirão verde no deserto. O que fazia a merda de um cadeirão verde no deserto?
Recostou-se. Primeiro hirta, com nítido incómodo, até conseguir suavizar os músculos e relaxar. E foi só então que ouviu a voz.
- Exige esforço.
Um som sem emissor visível. Como a voz de Deus, se nele acreditasse.
- O quê? - perguntou com medo. Baixinho, sem acreditar que falava com alguém, no meio do deserto..
- Caminhar acompanhado.
Meditou, alheia ao tempo que estava a tomar à voz. Finalmente, fez um som encorajador. Acho que disse:
- Percebo.
- Percebes?
- Percebo. Exige esforço... - acho que não entendeu. Apenas deu a entender que entendeu.
- Exige. E, na mesma, sentirás o calor, o sufoco. Verás que tudo isto te esmaga.
- Então não merece o esforço.
- A recompensa é boa.
Calou-se. Calaram-se. Ela não perguntou o que era. Estava longe, alheia à voz, a si, ao cadeirão e a todo o mundo.
- O deserto... - disse. - O deserto nunca mais será o deserto.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Não.
Meio - Gosto da Patty. - e sim, refiro-me àquela personagem argentina que, à falta de outro mérito maior, punha o meu telemóvel a receber mensagens ao sábado de manhã.
Um - Gostas? Então és homossexual.
Eu não entendo a obsessão do Um com a homossexualidade. Mas sei a resposta dele à pergunta da ILGA.
A avaliar pela naturalidade da conversa, é não.
A menina com cor-de-canela e nome de flor
Acho que ainda não partilhei isto, mas estou completamente apaixonada.
Por uma bebé.
É.
Era capaz dar-lhe beijinhos todos os dias e ficar a olhar horas para o raio da miúda.
E acreditem. A parte estranha é que:
- Eu não gosto assim tanto de bebés - pronto, tenho dito. - Ou achava que não gostava.
Agora sim, estou confusa.
Eu acreditava piamente que o meu instinto maternal se havia esgotado quando tive o Um e sempre desejei que o próximo homem com quem tiver uma relação daquelas para valer, já venha com uma menina feita - e criada! - para fazemos uma espécie de «o meu + a tua = os nossos» (sim, sim, eu observo os pais dos colegas do Um)
Mas esta é o primeiro bebé do gang. Acho que é isso.
Eu sei, eu sei que já tive o meu e que, tecnicamente, isso faz de mim a primeira mãe do grupo. Só que quero aqui dizer uma coisa: eu não conto, ok? É que quando fui mãe, ainda não estava decretada a época oficial de acasalamento. Pelo que, na prática, este é o primeiro bebé do grupo!!!
... E calha de ser SO DAMN CUTE! E só me faz lembrar canela. Canela! A cor, a doçura, o beicinho, o cheirinho... ai.
Por isso, sim, este post é um mero desabafo ao estilo diário de Paloma. Desculpem-me, mas teve de ser. Eu tenho resistido e fui até muito discreta no primeiro post sobre ela!
Agora, resta-me sugar o raio da miúda nas próximas semanas. E nos intervalos, rezar aos santinhos para que o Um não vá direitinho à Segurança Social pedir uma nova mãe. Por ciúme.
Meio - Olha, vou levar esta bebé para viver connosco, pode ser? (Pergunta parva, eu sei, mas não resisti)
Um - Humpf! Deves! - Sim, ele não conseguiu reprimir a impertinência na resposta
E lá continuou, serenamente, a jogar na Playstation emprestada, falando de Aimar, Luisão e David Luiz como se, isso sim, fossem assuntos que lhe realmente lhe interessassem.
Dois meses, três trabalhos.
Mudo de trabalho e tenho uma certeza:
O café das nove não saberá ao mesmo.
Mas pelo menos agora tenho um emprego
onde sou recompensada como gente crescida.
E o futuro...
e o futuro aqui tão perto.
O café das nove não saberá ao mesmo.
Mas pelo menos agora tenho um emprego
onde sou recompensada como gente crescida.
E o futuro...
e o futuro aqui tão perto.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
O meu coração romântico recomenda:
An Education provou-me que são precisos apenas dois minutos em cinema para nos fazer viver, literalmente, uma chuva de sentimentos inenarráveis. E se não chegassem, tinha várias oportunidades ao longo dos outros 93, que nos transportam naquela suavidade responsável por um sorriso permanente nos lábios e um duradouro aperto no coração.
E depois, Paris, sempre e ultimamente Paris. Uma cidade maldita que não me seduziu à primeira ida, somente porque ainda não existia em mim a vontade de despertar para o que realmente importa neste mundo. Em An Education, foi a vez do Sena, dois copos de vinho e um aprumo de toilette me darem a volta às entranhas, ali para os lados do coração. E fez-me desejar que a tolice natural do 16 anos, só desta vez, desse certo. Fez-me torcer para que as viagens pela Europa, os jantares em bons restaurantes, umas gotas de Channel e um pezinho de dança nas melhores festas da cidade, rodopiando nas mãos de um sedutor mal intencionado fossem, só desta única vez, um destino, e não um caminho para uma eventual desgraça.
Eu não sei.
I don't know what it is...
... but there's (definitely) something about you.
E não é na Jamelia. Nem nesta música que, por acaso, não sou fã. Meramente ilustrativa.
Esse número é repetido...
E como é que sabemos que a Playboy portuguesa é a ovelha negra da grande família criada com tanto amor por Hugh Hefner?
Nota 2 - Não, não sou mais uma das muitas mulheres ressabiadas com as publicações do género. Sou até a primeira a pegar na revista, para escândalo do meu mui amigo Sr. Rosa e fantasia do meu mui admirador Rui. Do quiosque, claro.
Quando a gaja da capa já apareceu nua de todas as formas e ângulos, em todas as publicações nacionais e internacionais e, desconfio até, que nas menos prováveis. Tipo Diário Económico.
Sugiro que mudem o símbolo para uma ovelha... ranhosa. E preta.
Nota 1- Já desconfiava da sua mediocridade quando colocaram Ricardo Araújo Pereira em destaque, mas quis dar um desconto.
Nota 2 - Não, não sou mais uma das muitas mulheres ressabiadas com as publicações do género. Sou até a primeira a pegar na revista, para escândalo do meu mui amigo Sr. Rosa e fantasia do meu mui admirador Rui. Do quiosque, claro.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
So help him god!
O gajo reuniu em si duas doenças danadas: uma ginofobia acentuada e uma fobofobia crónica.
É. Andava por aí, com medo de ter medo de mulheres.
Coitado, ele quis curar-se. Tentou o divã, abusou do Xanax, pensou no suicídio e ignorou, por uns tempos, que era isso mesmo. Doente.
Inutilmente. Não se foge do que se é. E ele, não passaria disso mesmo.
Um gino-fobofóbico.
É. Andava por aí, com medo de ter medo de mulheres.
Ora andava atrás delas, ora fugia desajeitadamente delas. Não sabia a quem responder primeiro. Se à ansiedade do medo do medo. Ou ao pânico do medo das mulheres.
Coitado, ele quis curar-se. Tentou o divã, abusou do Xanax, pensou no suicídio e ignorou, por uns tempos, que era isso mesmo. Doente.
Inutilmente. Não se foge do que se é. E ele, não passaria disso mesmo.
Um gino-fobofóbico.
Burlesco e costura? É para já!
... ou para a próxima!
Por incompatibilidade de datas, vou desejar ardentemente que este workshop se repita!
Hoje é dia de festejos... acho.
por isso...
Brinde a nós,
Brinde aos avós.
Que se houver céu não estão lá sós.
Brinde a vós,
E já sem vós.
Brinde a quem aí vier.
Isso é para miúdos, Meo!
Passo o final da tarde a telefonar para o Um. Estou a fazer uma reportagem sobre as Winx, e quem melhor do que uma criança de oito anos para me esclarecer sobre o assunto?
Trim, Trim
Um - Sim?
Meio - Olá meu amor, estás bom?
Um - Sim! - esquece lá um simpático «E tu?». O meu filho é Leão, preciso de dizer mais alguma coisa sobre a sua capacidade de pensar além-Um? Acho até que, noutras vidas, deve ter estado em apuros com a Inquisição, quando defendeu o Umcentrismo em oposição ao Helio e ao Geocentrismo. «Deixem lá o Copérnico em paz, pá! Isto de teorias inovadoras é cá comigo!»)
Meio - ... preciso da tua ajuda, estou aqui a escrever sobre as Winx!
Um - E o que queres saber?
Meio - Olha, o que é isso dos Especialistas?
Um - Então, são os namorados das Winx!
Meio - Os Especialistas?!
Um - ... sim...
Insisto. Há falta de rede cá em casa - ó TMN, estás a ler isto? - e a minha fonte de informação era brasileira. Os raios dos rapazes podiam ter um nome diferente em Portugal e eu não queria confundir a miudagem daqui!*
Meio - Uns namorados que se chamam Es-pe-ci-a-lis-tas?
Um - ... sim... qual é o problema?
Meio - Nenhum, leãozinho, nenhum!
Penso.
Caramba, as moças são sortudas. Tão novas e já podem chamar os namorados de Especialistas... E serão especialistas em quê? E serão mesmo especialistas?
E lá me lembro que isto é coisa de crianças.
- Olhe, é uma dose de juízo para a mesa 3, se faz favor! Com batatas fritas e ovo estrelado.
- Vai desejar molhos?
- Sim, ketchup, maionese e mostarda!
*Aproveito para deixar um beijinho aí para as terras quentes, que eu bem sei que andam aqui a ver se comem caracóis ;)
Senhor Doutor, por favor!!!
- Olhe, eu não lhe sei dizer o que se passa de errado comigo, mas só pode ser grave. Senão vejamos:
NR - Sim, escrevo este post enquanto revejo, mentalmente, o meu frigorífico e armário, pensando no que vou atacar a seguir!
1. Um apetite desmedido e desmesurado.
2. Um desejo louco por batatas fritas e ovo estrelado, carregados de Ketchup, Maionese e Mostarda (eu que nem gostava de mostarda!).
3. Vou todos os dias para a cozinha (sim, todos os dias entre tachos e panelas) fazer grandes refeições para satisfazer o meu apetite voraz.
Quem já partilhou uma refeição comigo...
«ai mulher, não comes nada!», «só vais comer isso?», «não gostaste do jantar?», «Posso comer o que sobrou da tua meia dose?», «Credo, pareces um periquito a comer!», «Queres que mande guardar o resto para levares para o jantar?»
...sabe que só pode ser doença mesmo!!!
NR - Sim, escrevo este post enquanto revejo, mentalmente, o meu frigorífico e armário, pensando no que vou atacar a seguir!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Sugestão cultural
Próxima paragem: Foge, foge bandido. Uma (imperdoavelmente) primeira vez na Aula Magna.
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Foge foge bandido,
Manel Cruz
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Caracóis roubam alfaiate
Era isto. Era isto que vos andava a querer dizer o dia todo e não consegui. Ora leiam com atenção porque é bom. Muito bom. E é verdade. A dele e a minha.
Obrigada, Zé Alfaiate.
Obrigada, Zé Alfaiate.
E não me canso de dizer: O gajo é giro que se (e não) farta.
Ó Valentim, valentim!
E também recomendo isto.
Aviso - O verbo utilizado na frase anterior não é fictício mas também não corresponde à realidade dos factos. Afim de uma maior proximidade com a verdade aqui sentida, experimente trocá-lo por um verbo que se defina do seguinte modo, conjugando-o na primeira pessoa do singular:
1. fazer diligências para encontrar; buscar
2. esforçar-se por descobrir por um esforço do pensamento; reflectir; indagar; pesquisar; examinar; analisar
3. desejar encontrar-se com
Solução: procuro
Venham os Óscares
Recomendo, com todo o meu coração, Precious. Mais um daqueles que chorei... que vou querer ter em DVD e guardar para sempre. Para nunca esquecer as Precious do Mundo e para me congratular da sorte que tive, do apoio que tenho.
Talvez consiga escrever sobre isso mais tarde. Mas hoje não é o dia. Exige mais sensibilidade do que aquela que agora trago.
Talvez consiga escrever sobre isso mais tarde. Mas hoje não é o dia. Exige mais sensibilidade do que aquela que agora trago.
É fruta(o) da época
Eu odeio o Carnaval, quase tanto quanto odeio o dia dos namorados. Incoerentemente, tenho participado, ano após ano, nas duas comemorações. Pena é nunca ter conseguido reunir as duas datas numa só, o que também não acontecerá este ano.
Mas outras conjugações destas virão, assim nos ajude o calendário. É que máscaras e romance... é coisa para correr bem.
Mas outras conjugações destas virão, assim nos ajude o calendário. É que máscaras e romance... é coisa para correr bem.
Ah, e só porque a tradição já não é o que era, este ano, vou-me mascarar. De namorada.
(Nota - Planeio passar a tarde a chorar com aquele filmezinho, P.S., I Love You. Exponho aqui a minha adoração por chorar com parvoíces. Ainda ontem deitei umas boas lágrimas com o documentário da National Geographic, Presos no Estrangeiro. Eu sei, roça o estado doentio, mas sou uma pessoa sensível, e daí? Quem disse que ser sensível não era sexy?)
(Nota - Planeio passar a tarde a chorar com aquele filmezinho, P.S., I Love You. Exponho aqui a minha adoração por chorar com parvoíces. Ainda ontem deitei umas boas lágrimas com o documentário da National Geographic, Presos no Estrangeiro. Eu sei, roça o estado doentio, mas sou uma pessoa sensível, e daí? Quem disse que ser sensível não era sexy?)
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
As tuas mãos estão velhas
Bastava olhar-te para as mãos para me consciencializar de que o tempo é um cavalo sem freio. Antes macias, seguras. Agora enrugadas e trémulas. Depois vinha o aperto no peito. A sensação de que não conseguiria viver sem ti, sem essas mãos que operaram milagres por mais de seis décadas. As mãos que me convenceram a dar de mim, as mesmas que agarraram nas minhas, pedindo-me que fossem suas. As mãos que acariciaram as minhas três barrigas proeminentes, que mais tarde agarraram em cada um dos bebés que daí nasceram. Bastava-me olhar para elas para começar a arfar. O medo de perder o companheiro de sempre seguindo-se as rezas para que Deus me levasse antes de assistir ao teu último suspiro ou que, melhor ainda, a morte fosse um último acto simultâneo: um «morreram» ao invés de um «morreu».
Bastava-me ouvir os três bebés, que estranhamente viraram homens, no canto do quarto, sussurrando, para acentuar o ritmo das rezas. Não me voltava para eles, não. O meu olhar não se desviaria nem por um segundo dos teus, que de um modo inexplicável não me imploravam para ficar. Antes transmitiam a calma e a segurança que, outrora, encontrei nas mãos que te falo. Agora enrugadas e trémulas, acentuando a tristeza que sentia de teres desistido antes de mim. Acentuando a certeza da velhice.
Mas não faz mal, não te apoquentes. Não agora, companheiro de uma vida. É que ao longo dos anos, aprendi a rezar por dois.
Bastava-me ouvir os três bebés, que estranhamente viraram homens, no canto do quarto, sussurrando, para acentuar o ritmo das rezas. Não me voltava para eles, não. O meu olhar não se desviaria nem por um segundo dos teus, que de um modo inexplicável não me imploravam para ficar. Antes transmitiam a calma e a segurança que, outrora, encontrei nas mãos que te falo. Agora enrugadas e trémulas, acentuando a tristeza que sentia de teres desistido antes de mim. Acentuando a certeza da velhice.
Mas não faz mal, não te apoquentes. Não agora, companheiro de uma vida. É que ao longo dos anos, aprendi a rezar por dois.
Caracóis fabricam letras.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Ciao, Xau aí!
Hoje descubro que dei o meu primeiro beijo a uma espécie de bambino de Berlusconi (há muito, muito tempo, era eu uma criança... )
E de repente, não sei se fique orgulhosa pelo percurso do rapaz ou se o melhor mesmo é ir a correr lavar a boca com sabão azul e branco.
(Nota - a internet é um ponto de reunião fantástico [eu queria mesmo era dizer assustador]. E eu que julgava, no auge do dramatismo da minha pré-adolescência pirosa, que nunca mais ia saber do rapaz... foi pena, se calhar a magia da coisa não se tinha desvanecido)
E de repente, não sei se fique orgulhosa pelo percurso do rapaz ou se o melhor mesmo é ir a correr lavar a boca com sabão azul e branco.
(Nota - a internet é um ponto de reunião fantástico [eu queria mesmo era dizer assustador]. E eu que julgava, no auge do dramatismo da minha pré-adolescência pirosa, que nunca mais ia saber do rapaz... foi pena, se calhar a magia da coisa não se tinha desvanecido)
E pronto. Depois oiço umas palavras em italiano e esqueço tudo. Agarro só a parte engraçada da coisa. O beijo em si.
Ciao, ragazzo!
O amor é cego...
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
(Sem título)
Olhou para as cinco letras que, à semelhança do que o X faz num mapa de tesouro, indicavam que era ali que te encontrava. Fixou-as no visor. Pela primeira vez, apeteceu-lhe carregar no verde. Telefonar-te.
E foi então que se apercebeu. Mentira-te. Desculpa-a, não foi propositado. Mas mentira-te. Estava viciada naquela adrenalina que só a fugacidade dos actos proporciona e quis que assim o fossem para sempre. Breves.
Meses depois, recordava-se do pronome. Vocês.
Naquela noite.
Trazia nela o desejo frágil, aquele que se desmancha logo após o corpo. A mão na cara. A tua mão, descarada, na cara dela. A reflexão breve da estranheza da erogenia. E a meiguice, num aperto tardio, já depois de consolados:
- Sabes que nada dura para sempre - Não lhe perguntaste. Não lançaste um debate. Uma afirmação. Simples. Palavras duras para um coração ainda mais duro. Petrificado. Pelo medo.
Nada dura para sempre. Pensou. Nada dura para sempre. Riu-se dele. Ela também o sabia. Não se afastou. Não se aconchegou. Deixou-se ficar. A mão na cara. A tua mão, agora doce, na cara dela.
- Nem a dor - Terminaste. Sem hipótese de debate. Uma conclusão. Simples. Palavras sábias para um coração instantaneamente menos duro (mole?).
Hoje.
Ela acreditou finalmente no que contaste (tu já sabias). Foi procurar-te. Ali mesmo, no visor. Cinco letras e uma segunda vez. Menos breve. Muito menos breve. E mais dela. Muito mais dela.
(Prometo)
domingo, 7 de fevereiro de 2010
T2 para um e meio: o que tu queres é aparecer!
Um - Mãe, como é que os homossexuais namoram?
Meio - Como os heterossexuais.
Um - Mãe, só existem homossexuais na televisão?
Meio - Não - faço cara de ponto de interrogação.
Um - Ah. Então porque é que estão sempre a falar deles nas notícias?
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
É quase um George Clooney
A minha dúvida existencial, após cinco dias a cruzar-me com um rapaz giríssimo junto da máquina de café do novo trabalho, é esta:
«Como é que se engata alguém em trinta segundos matinais, sem cair no erro de lhe atirar café para cima, mesmo que a vontade de lhe passar a mão pelo peito - calma, calma, para limpar as manchas - seja muita?!»
Eu não sei. Mas hei-de lembrar-me de qualquer coisa (embora aceite sugestões).
Reunião
Acabo de ter a minha primeira reunião de condomínio. Sinto-me grande por poder participar. Sinto-me aborrecida por passar a ser a administradora.
Ah, e gosto à brava da minha vizinha nova! Jovem, toda práfrentex e com amigos sempre a entrar =P
Já faziam falta mais dois ou três destes... vizinhos!
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Contas de somar
Vinte e seis anos. Cheios de amor.
E a contar.
E a contar.
Etiquetas:
Caracóis mais velhos (mas com amor)
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