terça-feira, 19 de julho de 2011

Augustus

Sim. Augustus surgiu numa procura insana de manter o Luke na minha vida. Sou assim: gosto de guardar um pedacinho das pessoas e lugares para mim. E preciso de matéria, seja ela um pedaço de papel, um bilhete de autocarro, uma fotografia, um perfume ou um livro. Gosto de trazê-las junto de mim, e isso faz com que, de repente, passe um mês com um volume de 382 páginas escritas em italiano sobre a história do Imperador Augusto.
Hoje terminou Augustus. Por isso, hoje terminou a minha história com o Luke. Um mês depois, vou-me despedir dele e deixá-lo numa prateleira, bem aconchegado entre todos os restantes amores da minha vida, os meus livros.
O bom de fazer destas cenas sem sentido, é que há sempre ensinamentos maravilhosos neste caos de acções em que por vezes me enredo. Descobri que, afinal, gosto de história, treze anos depois de ter fechado o meu livro dessa disciplina e ter escolhido não gostar de história. Foi só um capítulo encerrado, não um livro acabado. Descobri que poderia passar o resto do ano a ler livros de história, e que até já tenho o próximo debaixo de olho, este aparentemente apetitoso romance, vencedor do prémio Pulitzer, sobre uma personagem que foi levemente abordada em Augustus, e que me deixou água na boca. Vou conhecer melhor a Regina dell'Egitto, em breve! Descobri também que, ao fim de cem páginas, o italiano não tem grandes segredos para mim (devo confessar que ajuda este ter sido a minha terceira aventura por livros italianos e gostar de pôr filmes italianos aqui no DVD, vezes e vezes sem conta, somente para me deliciar com a língua dos meninos) e que os planos - ainda não partilhados explicitamente no Eu como caracóis - de passar um mês em Florença se torna cada vez mais volumosos, concretos e fácil de cumprir.
Depois de tantas descobertas, há o livro em si. O autor, John E. Williams, americano de nascença, fez um trabalho excelente ao romancear a vida de um dos Imperadores mais marcantes da história da civilização romana. E, não desfazendo o seu mérito (sei eu que poderá tornar-se ofensa, sendo eu uma pseudo-escritora-em-sonhos-quem-sabe-um-dia-e-isto-da-língua-em-que-se-escreve-é-o-orgulho-das-obras-literárias), um bem-haja ao destino que me trouxe este livro às mãos em italiano, e não em inglês. Porque assim é mais giro. Porque assim é mais coerente. E porque assim se torna mais volumosa, concreta e desejosa de cumprir a minha ideia de ir estudar umas coisinhas a Itália.
E quem sabe dar um beijo na boca ao Luke. Ai, o que eu queria dar um beijo na boca ao Luke!

1 comentário:

AP disse...

Adorei o post :) Grandes recomendações de leitura, o teu já habitual, e saboroso, jogo de palavras e a bela da viagem que pensas fazer. Adorei, adorei!! Isto é que é cativar os leitores ehehehe Grande post! Beijinhosssssssss