Eu não sei se foi. Mas sei que estive em todas as páginas, em todos os personagens, em cada sentimento e em cada pensamento. Albert Espinosa parece ter decidido contar-me, quando criou esta história. Seguindo a sua linha, talvez ele tenha mesmo o dom. Se nos cruzámos, não foi há muito, e usou-o em mim. Nesse momento, viu claramente os doze momentos da minha vida. A maternidade, o sexo, o amor, os sonhos e a paixão que tenho por dormir, entrelaçado do medo que me deixa sonhar. O jazz, o pai, a solidão. Os cães, a dança, a Plaza Mayor. Os hotéis e a arte de um bom banho.
Termino o livro em lágrima. Uma, de pena. Porque no fim, quero saber mais de mim. E porque Espinosa pôs Marcos a pintar a rapariga do Espanhol. Num quarto que em tudo me recorda o meu. Como em tempos tu me pintaste. Cores que me definem, talvez erradamente, porque não soubemos adiar a celebração do reconhecimento que sentimos: as nossas almas que, naquele dia, se voltaram a olhar, enfim. Lembro-me da magia. Sabíamos que estavamos ali um para o outro. E se for como imaginaste, Espinosa, que se lixe o desencontro com que nos punimos, em pleno planeta 2. Voltaremos a estar juntos. Temos mais quatro oportunidades e uma ligação sem fim.
Quando morreres, leva contigo a tela. Sempre gostava de ver como ficou.
Genial. Espero nunca partir a caneca.
1 comentário:
Adorei tudo!!!!!! E fiquei com vontade de ler o livro :) Beijinhos
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