terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Este pode ter sido um dos livros da minha vida

Eu não sei se foi. Mas sei que estive em todas as páginas, em todos os personagens, em cada sentimento e em cada pensamento. Albert Espinosa parece ter decidido contar-me, quando criou esta história. Seguindo a sua linha, talvez ele tenha mesmo o dom. Se nos cruzámos, não foi há muito, e usou-o em mim. Nesse momento, viu claramente os doze momentos da minha vida. A maternidade, o sexo, o amor, os sonhos e a paixão que tenho por dormir, entrelaçado do medo que me deixa sonhar. O jazz, o pai, a solidão. Os cães, a dança, a Plaza Mayor. Os hotéis e a arte de um bom banho.  
Termino o livro em lágrima. Uma, de pena. Porque no fim, quero saber mais de mim. E porque Espinosa pôs Marcos a pintar a rapariga do Espanhol. Num quarto que em tudo me recorda o meu. Como em tempos tu me pintaste. Cores que me definem, talvez erradamente, porque não soubemos adiar a celebração do reconhecimento que sentimos: as nossas almas que, naquele dia, se voltaram a olhar, enfim. Lembro-me da magia. Sabíamos que estavamos ali um para o outro. E se for como imaginaste, Espinosa, que se lixe o desencontro com que nos punimos, em pleno planeta 2. Voltaremos a estar juntos. Temos mais quatro oportunidades e uma ligação sem fim.
Quando morreres, leva contigo a tela. Sempre gostava de ver como ficou.

Genial. Espero nunca partir a caneca.

1 comentário:

AP disse...

Adorei tudo!!!!!! E fiquei com vontade de ler o livro :) Beijinhos