Estou a olhar o mar, mas somos nós que vejo. Estava frio e tínhamos casacos. Também esteve sol e bebemos Coca-Cola. Passámos as quatro estações e chegámos a celebrar os trezentos e sessenta e cinco dias de co-existência.
Ultimamente vejo-me, como me olhaste pela primeira vez, em cartazes, e penso mais em ti. Ainda hoje usamos as alcunhas com que, infantilmente, nos baptizámos, copos na mão, notas a soar forte em cabeças esvaziadas pelo álcool. Corpos que se aproximaram e deixaram marcas invisíveis em pessoas, sobretudo em nós.
Aqui, sempre que olho este mar, recordo-me de ti e das vezes que partilhámos almoços na esplanada. Segredos. E as tuas aventuras pelo mundo e os meus sonhos que sempre te importaram. Dizias-me sempre:
- Tens de escrever.
Queria enviar-te uma mensagem.
- Almoças comigo?
Mas estás longe, agora de vez. Em vez, digo-te:
- Tenho saudades.
Somos assim, sem jogos nas palavras. Há poucas coisas que nunca te disse. Lembro-me agora de uma delas: gostei muito daquela noite. Não porque me trouxe o amor, mas porque desembrulhei um amigo. E tenho saudades. Nossas.
Na realidade, nem como assim tantos. Mas na pressão de arranjar um nome (sim, não houve tempo para pensar que ia ter um blogue) foi este que me surgiu. Estúpido? 'Tou nem aí!
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Às vezes são coisas de outros mundos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Este post é adorável. Muitos beijinhos :)
Enviar um comentário