Gosto de me perder nas livrarias e deixar os impulsos invadirem-me. As escolhas são quase sempre irracionais, mas ir à aventura é, sem dúvida, a melhor forma de ir. Hoje deixei-me levar por este, não obstante a lista de livros que me esperam. Gostei do título. Gostei da caneca. Gostei do preço. Mas, sobretudo, gostei da promessa:
«Não sei se o meu dom me encontrou a mim ou eu a ele. O meu dom... É difícil de explicar. Como aprendi a utilizá-lo é ainda mais estranho de relatar. Como acabei por trabalhar para Eles, acho que também não é nada simples de explicar.
Mas quero contar-vos. Há coisas, pequenos detalhes, que formam parte de nós próprios e nos fazem ser como somos. E o dom era algo que me definia.
Ainda que o utilizasse muito pouco. Fazia-me sentir mais vivo. Se estivesse a utilizar o dom quando vi a rapariga do Espanhol talvez não tivesse sentido o mesmo por ela. O que senti foi primário, foi muito autêntico. Como poderia ter tantas saudades dela sem a conhecer? O ser humano é mágico e indescritível. Sentia algo especial ao voltar a recordá-la. Aquela confiança que não deve surgir entre desconhecidos mas que às vezes existe e é mais intensa do que a que sentimos por alguém que faz parte do nosso ambiente há mais de vinte anos. Ela não se tinha apercebido da minha presença, não tinha sentido que os meus olhos não se tinham afastado dos dela nem por um instante».
Albert Espinosa, Tudo o que poderíamos ter sido tu e eu se não fossemos tu e eu
1 comentário:
Adorei o post :) Boas leituras
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